O Hino Nacional

Versos e Notas Que Moldaram a Alma Brasileira

O Hino Nacional

A música do Hino Nacional Brasileiro foi composta em 1831 por Francisco Manuel da Silva, inicialmente como homenagem à abdicação de Dom Pedro I, sendo então conhecida como “Hino 7 de Abril”. Com o tempo, a melodia passou a ser associada a momentos solenes da nação, como a coroação de Dom Pedro II e, mais tarde, a Proclamação da República. Embora tenha havido um concurso em 1890 para escolha de uma nova composição, a música original foi mantida graças à preferência popular e à decisão do Marechal Deodoro da Fonseca.

Letra: Osório Duque Estrada
Música: Francisco Manuel da Silva
Adaptação Vocal: Alberto Nepomuceno

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A letra só viria a ser oficializada décadas depois. Em 1922, o governo brasileiro adquiriu a autoria do poema de Joaquim Osório Duque Estrada, que havia escrito os versos em 1909. Com isso, a letra foi finalmente decretada como oficial, completando a composição do hino.

Além de Francisco Manuel da Silva e Duque Estrada, destacam-se outros nomes importantes na consolidação do hino, como Alberto Nepomuceno, responsável pela adaptação vocal, e o pouco conhecido Mestre Antão Fernandes, autor da marcha batida que define seu compasso. A riqueza artística e histórica do Hino Nacional o transforma em um símbolo de identidade e orgulho nacional, reunindo música e poesia em perfeita harmonia.

Letra oficial do Hino Nacional Brasileiro

Letra: Osório Duque Estrada
Música: Francisco Manuel da Silva
Adaptação Vocal: Alberto Nepomuceno

Primeira parte:
Ouviram do Ipiranga às margens plácidas
De um povo heroico o brado retumbante,
E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da Pátria nesse instante.

Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio, ó Liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!

Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!

Brasil, um sonho intenso, um raio vívido
De amor e de esperança à terra desce,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido,
A imagem do Cruzeiro resplandece.

Gigante pela própria natureza,
És belo, és forte, impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza.

Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Brasil!

Segunda parte:
Deitado eternamente em berço esplêndido,
Ao som do mar e à luz do céu profundo,
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Iluminado ao sol do Novo Mundo!

Do que a terra mais garrida
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;
“Nossos bosques têm mais vida”,
“Nossa vida” no teu seio “mais amores”.

Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!

Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula:
– Paz no futuro e glória no passado.

Mas, se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Brasil!

Os Autores por trás do hino

Francisco Manuel da Silva, nascido no Rio de Janeiro em 1795, foi um maestro e compositor dedicado à música desde a infância. Fundador de instituições musicais e defensor da criação de um conservatório nacional, deixou uma obra vasta e significativa. Faleceu em 1865, aos 70 anos.

Joaquim Osório Duque Estrada, nascido em Pati do Alferes (RJ) em 1870, foi professor, poeta, jornalista e membro da Academia Brasileira de Letras. A sua habilidade com a língua portuguesa e seu fervor patriótico deram origem aos belos versos do Hino Nacional. Faleceu em 1927.

Alberto Nepomuceno, responsável pela adaptação vocal do hino, foi um dos mais importantes nomes da música erudita brasileira. Lutou pela valorização da música nacional cantada em português. Faleceu em 1920, deixando um legado musical riquíssimo.

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